quinta-feira, 4 de abril de 2019

PSD pede que Bolsonaro pare de discutir ideologia e concentre nas reformas


O PSD não pediu cargos do presidente Jair Bolsonaro, mas cobrou que ele e o governo como um todo se concentre na aprovação das reformas e deixe de discutir ideologia. A mais nova controversa do governo veio do ministério da Educação. O ministro da pasta, Ricardo Vélez Rodríguez, disse que promoverá mudanças no conteúdo dos livros didáticos sobre o golpe militar de 1964. A ideia é informar que não houve golpe e o regime militar não foi uma ditadura, mas, sim, um “regime democrático de força”. 

Foto: Roque de Sá/ Agência Senado

Outra polêmica foi a divulgação de um vídeo, no domingo (31/3), por um número oficial de WhatsApp do Palácio do Planalto. O material descreve os 55 anos do golpe militar como Bolsonaro e alguns ministros tratam do assunto. Para eles, a derrubada de João Goulart do poder, que marcou o início do período de 21 anos de ditadura, foi um movimento para conter o avanço do comunismo no país. A peça, que tem pouco menos de dois minutos, diz que o “exército nos salvou”.

A cobrança foi feita diretamente a Bolsonaro pela comitiva do PSD que se reuniu com o presidente nesta quinta-feira (4/4). O líder do partido no Senado, Otto Alencar (BA), avalia que é preciso ter interface com as lideranças no Senado e na Câmara e, “de alguma forma”, deixar de se discutir ideologia. O recado, garante, se estendeu ao próprio presidente. “Se foi revolução ou golpe, ninguém está interessado em saber isso. Cada um tem a sua consciência. É preciso discutir as coisas que são importantes. Acabar com essa beligerância com a Câmara e com o Senado ou tomando decisões que não interessam ao povo. O que interessa é fazer as reformas importantes e gerar emprego e renda”, destacou.  

Capitalização
O parlamentar estava acompanhado do líder do PSD na Câmara, André de Paula (PE), e do presidente nacional do partido, Gilberto Kassab. A bancada advertiu Bolsonaro que as regras do Benefício de Prestação Continuada (BPC) e das aposentadorias do trabalhador rural não passam no Congresso. E frisou que a proposta de mudança do regime de Previdência de repartição para o de capitalização exigirá o estabelecimento de um piso salarial e o recolhimento previdenciário dos patrões. 

Seriam mecanismos para evitar a derrota da da capitalização, que vem sendo atacada, sobretudo, pela oposição. O regime é uma espécie de poupança que o trabalhador faz para garantir a aposentadoria. O dinheiro é investido individualmente, ou seja, não abastece um modelo de repartição, como é atualmente, em que os trabalhadores pagam os benefícios dos aposentados.

O modelo foi implementado no Chile, mas sem o estabelecimento de um piso e sem que os patrões contribuam com o regime. O impacto disso tem provocado o pagamento de um benefício baixo aos aposentados. É um dos motivos pelo qual o país tem registrado número recorde de suicídio de idosos.




Via: Diário de Pernambuco

Por: Simone Novaes

Simone Novaes

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