O juiz Sérgio Moro remarcou, nesta quarta-feira (15), o interrogatório do ex-presidente Lula e dos demais réus envolvendo o Sítio de Atibaia. A justificativa do magistrado é “evitar a exploração eleitoral dos interrogatórios”.
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As audiências estavam marcadas para datas entre 27 de agosto e 11 de setembro e, agora, devem ocorrer entre 5 e 14 de novembro.
Em seu despacho, Moro não cita o ex-presidente nominalmente, mas a ele se refere. "Um dos acusados foi condenado por corrupção e lavagem na ação penal 5046512-94.2016.4.04.7000 e encontra-se preso por ordem do Egrégio Tribunal Regional Federal da 4ª Região, tendo a medida sido mantida pelos Tribunais Superiores", afirmou Moro, em alusão ao processo do triplex do Guarujá, que levou à condenação do petista a uma pena de 12 anos e um mês de reclusão. "Apesar disso, o acusado apresenta-se como candidato à Presidência da República. Caberá ao Egrégio Tribunal Superior Eleitoral decidir a respeito."
Acusação
No caso do imóvel, o ex-presidente é investigado por supostamente receber das empreiteiras OAS e Odebrecht e do Banco Schahin.
Segundo os investigadores, as reformas começaram após a compra da propriedade pelos empresários Fernando Bittar e Jonas Suassuna, amigos de Lula, quando "foram elaborados os primeiros desenhos arquitetônicos para acomodar as necessidades da família do ex-presidente".
No laudo elaborado pela Polícia Federal, em 2016, os peritos citam as obras que foram realizadas, entre elas a de uma cozinha avaliada em R$ 252 mil. A estimativa é de que tenha sido gasto um valor de cerca de R$ 1,7 milhão, somando a compra do sítio (R$ 1,1 milhão) e a reforma (R$ 544,8 mil).
A defesa de Lula sustenta que o ex-presidente não é proprietário do sítio.
Por: Simone Novaes