sábado, 16 de setembro de 2017

Pesquisadores da UFPE ganham prêmio que satiriza Nobel com pesquisa em fezes de morcego


Trabalho de análise dos excrementos do morcego-vampiro-de-perna-peluda conquistou a categoria de Nutrição do Ig Nobel, anunciado na quinta (14).


Ganhadores da categoria Nutrição do Ig Nobel, paródia do prêmio Nobel que consagra trabalhos científicos que “fazem rir, depois fazem pensar”, os pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Fernanda Ito, Enrico Bernard e Rodrigo Torres conquistaram o título com um trabalho que buscou respostas, literalmente, nas fezes. A ideia deles foi analisar qual o cardápio do morcego-vampiro-de-perna-peluda, por meio dos excrementos do animal.
De acordo com Bernard, a pesquisa foi iniciada em 2014, no Vale do Catimbau, em Buíque, no Agreste de Pernambuco, como parte do projeto de conclusão de curso de Fernanda. “Essa espécie de morcego é rara e se alimenta de sangue de aves. Como no local não há mais aves de grande porte, a ideia foi pesquisar o que o bicho estava comendo”, explica o professor. O resultado demonstrou que o animal se alimentava de sangue humano e de galinhas.
Publicado no fim de 2016, o artigo ganhou repercussão no início de 2017. “Em maio, o pessoal do prêmio entrou em contato comigo e eu morri de rir. Não pudemos comparecer à cerimônia, mas mandamos um vídeo em agradecimento”, conta.
Professor da UFPE, Bernard afirmou já usar exemplos do Ig Nobel para os alunos, mas não imaginava que seria ganhador do prêmio. “Eu usava nas aulas para exemplificar as pesquisas engraçadas para mostrar que tudo começa com uma pergunta, mas agora eu me tornei um ganhador”, conta. O título, segundo o acadêmico, vai ser ostentado com orgulho nas aulas e até mesmo na assinatura eletrônica dos e-mails.
“Essa é uma forma de mostrar que a ciência não é sisuda. Às vezes, somos acusados de falar uma língua que ninguém entende, mas qualquer oportunidade de fazer uma ampla divulgação do nosso trabalho é bem-vinda”, afirma, ao elogiar o potencial do Ignobel para atingir públicos que não são familiarizados com o mundo científico.
“Um monte de gente que nunca iria ler um artigo científico numa revista indexada vai ler a partir do prêmio. É um excelente veículo de comunicação”, comenta o professor, que alerta para a mensagem deixada pelo artigo. “É uma pesquisa que atenta para o processo de defaunação que acontece na caatinga de Pernambuco, porque as aves silvestres estão sumindo de lá”, alerta. 
Fonte: G1




Por: Simone Novaes 
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