Mesmo estando do lado contrário ao palanque de Jair Bolsonaro (PSL) na eleição presidencial, o governador Paulo Câmara (PSB) acredita que não haverá prejuízo ao estado por ele não participar da reunião com a equipe econômica do presidente eleito, prevista para quarta-feira. Ontem, quando questionado sobre tal possibilidade, o socialista reagiu. “De jeito nenhum”, respondeu, referindo-se à hipótese de haver futuras retaliações. Ele comentou sobre o assunto após participar da entrega de medalhas nas comemorações do aniversário de 50 anos do Tribunal de Contas do Estado (TCE).
(Foto:Paulo Paiva)
Paulo Câmara afirmou ter sido convidado para o encontro pelos governadores eleitos do Distrito Federal (Ibaneis Rocha/MDB), São Paulo (João Dória/PSDB) e Rio de Janeiro (Wilson Witzel/PSC). “Infelizmente, já estou com viagem marcada. Alguns governadores também estão com viagem marcada e não poderão ir. Temos uma expectativa de, tão logo seja possível, o presidente receba efetivamente os governadores da forma institucional, como deve ser feito quando ele assumir o cargo”.
Segundo a assessoria do socialista, ainda não existe uma definição sobre quem irá representar o governador na reunião que, na verdade, contará com a presença do futuro ministro da Economia, Paulo Guedes. A possível participação de Bolsonaro está sendo cogitada por Dória, que tem sido o intermediário entre os futuros gestores estaduais e o novo governo. Segundo o tucano, o encontro será para detalhar as propostas para área econômica, além de tentar negociar um novo pacto federativo. O presidente eleito, de acordo com o tucano, deverá chegar para o encerramento da reunião.
EFEITO CASCATA
Ontem, Paulo também falou sobre os impactos para o estado por conta do reajuste do salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que vai passar de R$ 33,7 mil para R$ 39,2 mil. O projeto foi aprovado na última quarta-feira no Senado e serve de referência para outras carreiras do Judiciário. O governador destacou que ainda não fez a conta, mas irá conversar com os poderes. “Isso tem um impacto efetivo no Poder Judiciário, Ministério Público e Tribunal de Contas. Então, é um assunto que precisa ser debatido. Vamos sentar à mesa para achar uma alternativa porque o fortalecimento das nossas instituições prevalece acima de tudo”.
Via: Diário de Pernambuco
Por: Simone Novaes