O secretário de Fazenda de São Paulo e ex-presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, defendeu nesta quarta-feira, 22, a fixação em lei da meta de inflação perseguida pela autoridade monetária.
Foto: Marcello Casal Jr
"Sou favorável à ideia de se deixar definido da forma mais sólida, institucional o possível a meta", afirmou Meirelles, em palestra durante o XXI Seminário Anual de Metas para a Inflação, no Rio.
Para o ex-presidente do BC e ministro da Fazenda do governo Michel Temer, "no caso de países como o Brasil", é importante ter a meta de inflação não só explícita, como já é atualmente, "mas até expressa em lei, se possível".
Meirelles rememorou o processo de redução paulatina das metas de inflação desde que o regime foi implantado no País, em 1999, 20 anos atrás. Para o ex-presidente do BC, é importante que as metas sejam factíveis, por isso em seu primeiro ano no cargo foi preciso elevá-la. Ainda assim, o objetivo era reduzi-la aos poucos, mas, nos governos do PT, o processo emperrou no nível de 4,5% ao ano.
Meirelles lembrou que era voto vencido nas reuniões do Conselho Monetário Nacional (CMN), após a chegada de Guido Mantega ao Ministério da Fazenda, "que era contra o regime de metas e o controle da inflação.
"Ele achava que um pouco de inflação ia ajudar a economia a crescer. Era a chamada política desenvolvimentista", afirmou Meirelles.
Quando o atual secretário de São Paulo era ministro da Fazenda, a meta de inflação baixou para 4,25% este ano e baixará para 4 0%, lembrou ele. Para Meirelles, o atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, deveria trabalhar para baixar a meta "ao menos ao nível dos emergentes, de 3%", mesmo levando em conta o histórico de indexação na economia nacional.
"Temos que baixar primeiro a inflação para desindexar completamente", disse Meirelles.
Via: Diário de Pernambuco
Por: Simone Novaes